
Na companhia do lixo (Davy Kemp)
Ninguém se importa com o que sinto
A quem importa se eu minto?
Sou como fezes a flutuar num rio
Eu sou apenas alguém a gritar no vazio
Quem vai chorar pela minha dor?
Há no mundo alguém para me dar amor?
As pessoas sugam-se a alma e me pisam
Quando preciso de ajuda eles se cristalizam
Eu causo repulsa a sociedade
Não sou mal, apenas ajo com sinceridade
E as pessoas costumam se vingar
Fazendo-me emergir a uma treva sem luar
Tudo negro para mim está
Eu mal consigo respirar
Gostaria de hoje ter minha vida roubada
Ser mais um jovem assassinado na calçada
Queria que todos tivessem pena
Que me vissem como uma pessoa pequena
Desprovida de sorte, o que realmente sou
Mas ninguém me nota, nem me acompanha quando vou
Lutar, sorrir ou chorar, sempre só
Na companhia do lixo, num desprezo que dá dó
Eu sou um livro velho na estante
De um castelo cheio de ouro e diamante
Ninguém sabe que existo
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